quinta-feira, 9 de junho de 2016

Para quebrar o silêncio...

Em tempos de estupro coletivo, bolsomitos e flexibilização dos direitos trabalhistas, é importantíssimo que coloquemos em discussão a quantas anda o avanço da pauta das mulheres em suas entidades representativas. Digo isso porque a bem pouco tempo conseguimos avançar para a paridade na nossa maior central e isso não se reflete ainda nas nossas entidades classistas. São poucos os sindicatos que conseguem reproduzir esse avanço e trazer em suas diretorias mais do que a velha cota dos mínimos 30%, que apesar de ser cota de gênero e não de mulheres evidencia sempre a maioria masculina e relega às mulheres a representatividade do "vaso de flores que enfeita a mesa".  Temos mulheres competentíssimas, donas de ótimas argumentações e atitudes e presença fortíssima. Lideranças oriundas de vários segmentos sociais e sindicais. Mas ainda submetidas a "democracia" onde vota uma maioria masculina.  A paridade já legalizada nos fóruns de nossas centrais sindicais, nascida a fórceps e na luta das mulheres, precisa urgentemente (in)surgir nos fóruns dos trabalhadores. Sem pedir "com licença, companheiro". Pois não precisamos de licença, necessitamos é de respeito!
Eu posso falar diretamente de minha categoria, sendo bancária, funcionária do Banco do Brasil, onde o movimento sindical não alcançou respostas as demandas sob a desigualdade de gênero, inclusive em relação a jornada de trabalho. Falo aqui, por exemplo, dos quinze minutos de intervalo das mulheres antes da realização de horas extras.  Sem dúvida faz falta a  discussão de um fórum específico que trate de assuntos relacionados a esse tema.  
Estamos as vésperas da campanha salarial d@s bancári@s e temos avançado nesse sentido. Na pauta feminista, que reconhece a igualdade de gêneros e orientação sexual, já estabelecemos as primeiras vitórias no acordo coletivo no reconhecimento de direitos do casamento homoafetivo, do aumento de tempo da licença maternidade e da licença paternidade, entre outros. E continuaremos avançando. Mas para isso necessário é que nos encontros da categoria, possamos estar presente em número igual para que possa ocorrer igual direito de intervenção e propostas. O Encontro Nacional dos Empregados da Caixa Econômica tem acumulado avanços nesse sentido. A paridade já é efetiva na presença dos representantes estaduais que discutem a minuta desse segmento. O que não se reflete nos encontros Nacionais dos Funcionários do Banco do Brasil e de Bancos Privados (que aliás, não entendo porque mudou a forma de escrever, se  já havia o avanço de se colocar o "@" em funcionári@s, designando a igualdade de gêneros). Pausa para reflexão. "Cri, cri, cri...".  Precisamos discutir já nesse encontro nacional dos funcionários do BB, que ele não é apenas dos funcionários, mas também das funcionárias e  que além de ver refletida na plenária ali presente, também é importante a inclusão do termo na nomenclatura do Encontro. E não só isso. Temos uma pauta extensa, combativa e representativa. Mas primeiramente #ForaTemer, e seguidamente temos que começar na "nossa casa" de lutas a mudança que queremos no mundo. E bom dia por quê? Porque somos gente de luta e não vamos arrefecer nunca. #VoltaQuerida!

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